Aqui no CABAM, decido acessar à WIFI da UFRGS. Procuro rede e...


eis a surpresa!




Encontro a rede da UFRGS, da FABICO, de duas casas e uma nomeada "Carroceiro".

É foda, hein. Aqui tá a prova do crime!






terça-feira, 29 de março de 2011 às 07:19 , 0 Comments

News

Só para sinalizar que estou viva e contar as novidades.

Me inscrevi em um concurso literário!
Lembram daquela poesia? Pois bem, apesar de poesia não ser meu forte (é o que eu acho, pelo menos), mandei ela!

hausuahsaushaushu

Será que terei ela em um livro junto com 40 outros poemas de pessoas desconhecidas?


Pelo menos a poesia ganhou um nome: Cacos de Vidro, cacos de mim.

E eu, uma descrição de merda, como sempre!


Mas sério, eu surtei!
FIQUEI SABENDO DO CONCURSO HOJE, E HOJE ERA O ÚLTIMO DIA!

Agora que já apertei enviar, nem sei pq o fiz. Merda...
Vou procurar outros concursos! Me desejem sorte! (Nos coments, de preferência!)

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011 às 15:56 , 4 Comments

Amarração (Flores no armário)

Minha avó participou de uma oficina de literatura em janeiro. Em uma das reuniões, um desafio: um texto "Flores no armário"

Minha avó fez o dela, mas eu e meu avô entramos no brincadeira também! Posto agora o meu "Flores no Armário", se eu conseguir a permissão deles, posto os textos deles também, que estão muito divertidos.

Boa leitura!








AMARRAÇÃO


Ele estava cansado. Desde que ela se fora, sem nenhuma explicação, todas as coisas que ela deixara para trás apareciam nos momentos mais inoportunos, fazendo com que a presença dela fosse uma constante graças à sua lembrança. Os momentos mais inoportunos, diga-se de passagem, eram os que ele recebia visitas. Mas não quaisquer visitas. Apenas as femininas. E isso o deixava fulo! Por que diabos ele apenas localizava uma revista esotérica (leitura favorita dela) quando vinha outra mulher? Não aparecia nada disso quando seus amigos vinham para a cervejada pós jogo. E por que ele teimava em lembrar-se dela justo nesses momentos? Por que não conseguia relaxar e aproveitar a companhia ao seu lado, ignorando aquela que o fazia sofrer?
Estava na hora. Reviraria a casa em busca de qualquer coisa que fosse dela, aquela presença constante e desagradável, jogaria tudo no lixo e se tornaria um homem livre! Livre para o que bem entendesse. Livre daquelas memórias.
Começou pela sala, onde jogou fora revistas, fotos, uma porcelana de 1,99 e as capas das almofadas. Não que as capas fossem culpa dela, mas sua mãe que dera. E não queria que pensassem que era o filhinho da mamãe. Aproveitava e também se livrava de tudo que desaprovava. Afinal, a casa era sua!
Passou para a cozinha. Percebeu duas coisas: a primeira era que, para não lembrar-se dela, deveria deixar a pilha de louça suja na pia. Foi o que fez. A segunda, era que se jogasse as coisas que ela trouxe, teria apenas uma frigideira furada. Ignorou a cozinha e foi ao banheiro.
Jogou fora o shampoo dela, junto com o condicionador e vários cremes, todos dentro do Box. Por que não se livrara disso antes? Fazia tanto tempo desde que ela o chamara de capacho de mulher e saiu batendo a porta da frente, voltando só por suas roupas e objetos mais queridos. Capacho de mulher! Ele? Nem pensar! Indignado, achou um pacote de absorventes no armarinho. Corou e enrolou o pacote em várias folhas de jornal antes de jogá-lo fora. Imagina se os outros vissem isso em sua casa! Viu sua Gilette. Lembrou-se que ela sempre usava a sua sem permissão. Enojou-se e jogou fora. Lembrou-se que teria reunião com um cliente no dia seguinte e precisava estar apresentável. Resmungando, recolheu a Gilette do lixo. Foi pro quarto.
Jogou fora os lençóis azuis, verdes e vermelhos! Um homem como ele não teria nada dessa cor. Revirou o criado mudo. Terminou e estava cansado. Só faltava um lugar! O armário!
Atacou ele como Quixote atacou os moinhos. Revirou cabides, prateleiras e caixas. Agora, seriam as gavetas!
Na primeira, além de suas cuecas, uma calcinha. Foi ao saco de lixo, tentando evitar as lembranças eróticas que a peça evocava. Na segunda, meias. Apenas suas. Ótimo. Na terceira, surpresa! Lá no fundo daquela imensidão de peças íntimas rasgadas (peças de casa), um pacote de tecido! Tecido vermelho! Abriu com voracidade. Dentro tinha uma foto sua, um papel com o seu nome escrito sete vezes dentro de um desenho de coração e flores secas.
O que eram aquelas flores dentro do armário? O que era tudo aquilo? Seu rosto se iluminou: tinha as respostas! Aquela idiota metida à bruxa o havia “amarrado” com uma simpatia estúpida. Riu da burrice dela. Mas que simplória. Ela veria só!
Pegou uma tesoura e cortou todo o tecido do embrulho em tiras fininhas. Avançou para o papel (com sua escrita em vermelho também. Ápice da breguice. Seria para simbolizar sangue?), rasgou-o com raiva. Ele haveria de esquecê-la. Ah, se ia! Os picotes ele queimou com um isqueiro, com um olhar demoníaco. Lembrou-se das flores secas. Agarrou-as e amassou com a mão. Quando seus dedos terminaram de despetalar, sentiu uma pontada no coração. “está fazendo efeito, está fazendo efeito!” Pensou, em êxtase. A dor estendeu-se pelo seu braço esquerdo, e ele começou a se sentir fraco. Finalmente, sucumbira ao infarto que o amuleto tanto evitara.


Valqui Fanto

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011 às 11:55 , 0 Comments