A vida imita a arte ou a arte imita a vida?

O popular ditado citado no título não faz muito sentido, já que um artista, nada mais é que uma pessoa de grande sensibilidade,capaz de perceber as correntes de humor, as ações e reações mais comuns aos humanos. Dessa forma, consegue imitá-los da sua melhor forma, como esta humilde (haushuahuahsuash) autora faz. Hoje li uma das notícias bizarras do msn e autometicamente me lembrei de um conto do Poe.
A notícia dizia que haviam encontrado um gato emparedado quando reformavam uma casa antiga na Grã Bretanha. Ora, com certeza, o desfecho de "O Gato Preto" é um gato emparedado! Estima-se que o gato tenha sido emparedado a 400 anos atrás, enquanto Edgar nasceu no século XIX. Já não era costume fazer esse tipo de barbárie com os animais (só outras mesmo), mas lendas circulavam.
O poder dessas lendas ajudou uma mente criativa por nascimento e sombria por criação. Sua genialidade jamais alacançou o ápice, já que, para satisfazer ao seu público, restringia sua literatura à contos macabros, mesmo sendo capaz de escrever comédias e sátiras. Imagino até seu humor negro e seu veneno escorrendo pelas páginas dos livros, em cores escuras ou berrantes. A amargura decorrente de sua vida difícil, a falta de fé nas pessoas, que, em suas histórias, são capazes de atos terríveis.
Mais um gênio desvalorizado pela sua época. Mais um gênio venerado depois da morte.



Se vocês querem ler sobre o gato encontrado no Reino Unido:
http://noticias.br.msn.com/foto-misteriosa.aspx?cp-documentid=19356987

Agora, se vocês quiserem ler "O Gato Preto", do Edgar, abaixo segue o link:
http://www.gargantadaserpente.com/coral/contos/apoe_gatop.shtml
RECOMENDO!

Ps.: Desculpem estar pouco inspirada ultimamente.

terça-feira, 28 de abril de 2009 às 15:58 , 1 Comment

Conhecidos desconhecidos

Quando reencontramos alguém que não viamos a muito tempo, sofremos os efeitos de uma torrente de emoções. Pode parecer uma coisa boba, mas é verdade. Hoje revi um professor muito admirado por mim. Foi algo totalmente ao acaso, conversamos menos de 10 minutos, mas ainda assim, parece que eu voltei no tempo! Lembrei de piadas do colegial, das aulas (que atualmente me parecem bobas) e de alguns ensinamentos que essa pessoa me passou (ou pelo menos, se esforçou muito para isso).
Me senti velha, me senti jovem ao mesmo tempo em que me pergunto: o que foi que eu perdi? Quais são as novidades e as fofocas que eu não conheço naquele grupo. O que aconteceu com cada um? O que estão fazendo? Estarão bem, ou será que a vida deu uma rasteira neles?
Tenho encontrado alguns deles ultimamente. Ainda assim, poucos me abalaram. O que nos leva a sentir essas sensações (algumas até desagradáveis) ao rever uma pessoa? Não sei,mas agora me dou conta de que, nada disso importa. Saber ou não saber não vai alterar o meu caminho. Continuarei vivendo a minha vida separada daquele grupo, e nem sequer vou me lembrar deles, até que, o acaso, nos aproxime, mesmo que por alguns minutos, outra vez.
O interesse, essas perguntas, são apenas curiosidade social ou igual à de um cientista que realiza uma experiência. Da mesma forma que eles devem pensar em mim. Talvez seja isso que me incomode. Assim como eles não me marcaram, a probabilidade deu eu ter marcado um deles, ou de algum deles se importar REALMENTE comigo é quase nula. E minha megalomania não gosta disto.
Lembrarei do nome de todos daqui a alguns anos quando pegar em uma foto? Será que eles se lembrarão de mim? Será que isso é importante? Nunca conheci tão pouco sobre os meus conhecidos...

quinta-feira, 23 de abril de 2009 às 13:33 , 1 Comment

Utopias

Assim como é dado a cada criança o direito de alimentar seu corpo, também sua mente deve ser alimentada com leituras apropriadas à sua idade. Tais leituras podem estar disponíveis sob forma de livros ou on-line, sendo dever das bibliotecas, tanto públicas quanto escolares como qualquer outra, fornecer acesso a estes.
Minha mente "bibliotecária" sonha no dia em que bibliotecas cheguem a suportar tamanha demanda. Minha mente "bibliotecária" sonha no dia em que bibliotecas cheguem a ter tamanha demanda. Se meus sonhos pudessem sair para a realidade, as pessoas teriam chance de conhecer o prazer da leitura quando pequenos, na mesma época que eu conheci. Sonho com o dia que as pessoas verão os livros como amigos, companheiros, e não como um inimigo a ser exterminado. Sonho com o dia em que "Index Librorum Proibitorium" seja apenas uma lembrança e não uma realidade.
Sonho com um lugar confortável, com a luminosidade perfeita, onde pessoas possa, sentar e conversar sobre o que leram. Um lugar onde não haja restrições a respeito da leitura ou da escrita ou da música e, se houver restrições, que seja por causa da tenra idade do leitor. Um lugar onde as idéias possam ter trânsito livre, sem vias, mãos únicas, sinaleiras.
Sonho com um lugar chamado Utopia. Sonho com um lugar chamado biblioteca.

quarta-feira, 15 de abril de 2009 às 15:30 , 1 Comment

Amizades Verdadeiras

Eis meu presente de Páscoa para meus leitores. Mais uma postagem! As vantagens? Não engorda e não tem colesterol! E só por isso já é bastante bom!

Esse aqui é especial! Felipe, não é por seu meu seguidor (até agora o único), nem por eu ter te prometido. É por simplesmente seres uma pessoa muito importante na minha vida. Obrigada por tudo! :)

Amizades Verdadeiras

Existem vários textos e ppt e emails que discorrem sobre o que é amizade. Concordo com alguns, com outros eu discordo. Não sou expecialista no assunto, não tenho doutorado na área, nem sequer tenho uma graduação ou um cursinho básico. Tampouco estudo essa área sob a perspectiva da sociologia, da psicanálise ou de qualquer área assim importante. Sigo meus instintos e algumas vezes, me dou conta, tarde demais, que fui desagradável. Mas sinceramente, quem não o é algumas vezes? Quem nunca chantageou algum amigo, algumas vezes até inconscientemente? O que é certo para uns, pode machucar outros. Já aconteceu de amigos me machucarem e nem perceberem (ou fingirem não perceber). Algumas vezes vale engolir alguns sapos, outras não. E como decidir isso?
Quem é seu amigo? É aquele que lhe faz sorrir a primeira vista, como se você fosse um bobo apaixonado, mesmo que não seja esse seu alvo de afeição? è aquele que passou vergonha junto com você e agora vocês riem do caso? É aquele que faz você se sentir confortável em qualquer lugar, como se estivesse em sua própria casa? Ele é seu lar ambulante? Você não consegue ficar brabo com ele? Ele conseguiria demover a idéia de suicídio de sua cabeça? Você pode contar seus segredos mais escabrosos e ele não vai falar nada pra ninguém e ainda vai te ajudar a sair do buraco ou acobertar o corpo? Se ao menos uma dessas perguntas for respondida afirmativamente, acredito que você tem um amigo verdadeiro. Pelo menos, eu tenho alguns poucos amigos que são assim.
Tenho outros também que o são por convívio (e espero que se tornem grandes amigos depois disso acabar), outras já saíram do pequeno espaço de convívio obrigatório e se tornaram AMIZADES. Infelizmente, nunca fui muito boa em manter grandes amizades. Poderia ser por causa da minha amargura, da minha estupidez*, da minha falta de tato, da minha aparente agressividade ou por qualquer outra razão que não compreendo. Sei que muita coisa começa com uma amizade, assim como também esse sentimento é extremamente necessário para outro tipos de relacionamentos. Não há um relacionamento amoroso que sobreviva sem o sentimento de cumplicidade que só a amizade dá. Isso eu sei por experiência. Essa cumplicidade existe apenas na verdadeira amizade, aquela profunda, em que os envolvidos gostam das mesmas coisas e acabam criando juntos coisas incríveis. Quando chegamos a esse ponto, sinto que poderia trocar minha vida de bom grado para salvar essa pessoa**. Ela já se tornou parte do meu ser. Ama-se a pessoa como se ela fosse parte de si próprio, de seu corpo, como seu cérebro ou seu coração; indispensáveis para sua vida!
É um amor estranho esse que dedicamos aos nossos amigos. Pode ser forte ou fraco. Poderiamos abrir mão de nosso consorte, a filiação de nossos próprio filhos, algumas vezes, mas não dessas pessoas especiais que tem um relacionamento de apenas palavras e abraços conosco. Dividimos com eles nossas almas, não nossos corpos. Desnudamos nossos pensamentos, vontades, desejos na frente deles. Isso pode ser mais íntimo que tirar a roupa diante de qualquer pessoa. Então, não é estranho que consideremos mais importante o(s) nosso(s) relacionamento(s) amoroso(s)? Ainda mais quando não os consideramos amigos, apenas "companheiros".
Escolha bem seu consorte, mas escolha melhor ainda seu verdadeiro amigo. Proteja-o. Faça com que ele perceba o quão importante ele é para você. É impossível viver sem ele. É impossível agüentar a culpa de ter brigado com ele, mesmo quando você tem razão. Eu sei disso por experiencia própria também. Passei alguns dias esperando a resposta de um email zangado que eu enviei, sem saber se devia impor minha presença com outro email me desculpando ou não. Sem saber se não devia deixá-lo em paz depois das minhas palavras rudes. Sem saber o que esperar. Um sorriso triste se formou em meus lábios quando vi que a pessoa havia respondido. Aquilo poderia ser as desculpas ou a minha "execução". Era minha absolvição. A pessoa me entendeu (como sempre). Obrigada. E é apenas isso que posso te dizer.***




*(Bom, com essa, Fernando Pessoa fica feliz! Alguém assumiu que não é uma figura mitológica)

**(Sentimento esse que não tenho certeza de que consiguirei seguir na hora H, por isso, não me cobrem se eu não o fizer).

***(Sim, eu estou assumindo publicamente que fiquei desesperada com a idéia de nunca mais falar contigo por causa de uma grande burrada minha!)

**** (Não, amados leitores, vocês não estão loucos, não há, em nenhum ponto do texto, 4 asteríscos, isso é só para acrescentar mais uma coisa: tratei sempre de amigo no masculino para ser mais geral, mas podemos conseguir encaixar em uma figura feminina.)


Bjos! Até a próxima!

domingo, 12 de abril de 2009 às 16:54 , 1 Comment

Perdida?

Sendo muito, mas muuuuuuito boazinha! Duas postagens em um dia. Não sei o que me levou a escolhereste texto no momento, mas na hora que eu escrevi ele, eu estava extremamente revoltada e confusa. É quase um texto suicída!

Alguém me indica o caminho ou de-me uma bússula! Agora estou perdida. Nenhum lado para o qual olhar, apenas dúvidas em minha cabeça. Quando foi que me perdi? Quando foi que tomei o caminho errado, dobrei para a “esquerda” ao invés da direita?
Qual foi a curva que me enganou? Quem me deu o mapa errado, falho, mentiroso? Não vejo mais o meu objetivo, aquele que antigamente eu via no final da estrada. Aliás, qual era ele mesmo? Eu mudei demais, tentando melhorar. Talvez tenha sido esse o meu erro. Ao mudar, eu me perdi de mim mesma. Onde eu estou? Quem eu sou? Aonde devo ir para me encontrar? Talvez, se eu retornar... Mas de onde eu vim? Me perdi em uma floresta. Uma floresta profunda, cerrada, negra, que abafa minha mente, confunde mus sentidos, atrapalha minha estrada. Mas que estrada? Existiu alguma vez essa estrada? Ou foi apenas devaneio de minha mente? Volto a minha origem? Tento seguir a frente? Mas o que é frente e o que é retorno nessa floresta? Quanto tempo estou aqui? Por que não posso ter certezas em minha cabeça? Seria tão mais fácil...
Devo mudar. Mas como? É possível isso?Eu já me metamorfoseei uma vez. Uma borboleta não se metamorfazeia duas vezes. Apenas uma. Existe apenas uma chance. Será que comigo é assim? Espero que não, eu vivo mais tempo que uma borboleta. Mas o que é meu tempo de vida ao lado do tempo da Humanidade? E o que é a Humanidade ao lado do Infinito, do Espaço, do Tempo. Meros números não definem nada. São apenas números. É a estratégia humana para diminuir o infinito e torna-lo entendível às nossas mentes torpes. Somos idiotas que acreditam ser sábios. Idiotas que morrem por essa crença, que sofrem, que choram, que matam, torturam. Não podemos aceitar que somos nada ao lado de toda a imensidão? Não podemos aceitar a nossa burrice, a nossa ignorância? Não podemos apenas aceitar a beleza de tudo o que nos cerca sem querer explicação? A ignorância pode ser uma benção. O sábio sabe bem as suas dores e as dores do mundo por que conhece duas ou mais realidades. Por que compara. Por que pensa. O ignorante encontra-se feliz em sua realidade pois não conhece outra vida, outra maneira de pensar, diferente da sua. Não conhece outros métodos. Não tem dúvidas, pois nunca lhe deram outras opções. Um ignorante pode escolher ser sábio, mas um sábio não pode escolher ser ignorante. É o sábio que é atormentado por dúvidas, não o outro. Talvez, eu faça parte dessa “elite” chamada sábios. Como gostaria de pertencer ao grupo que ignora. Ao menos lá, existe escolha, existe democracia. Eu posso me metamorfazear para sábio ou ser feliz no meu mundinho. Mas entre os sábios existe apenas a terrível ditadura do conhecimento, dos horizontes expandidos, dos pensamentos livres, dos sentimentos da dor e da tristeza alheias. Quando foi que eu mudei? Preciso de um mapa, por favor. Eu descobri o que eu quero. Quero sair daqui e voltar à escuridão da ignorância.

quinta-feira, 2 de abril de 2009 às 18:35 , 3 Comments

Regionalismo versus Nacionalismo

Sim, realmente, eu tenho um estoque de textos, mas acho que este é mais adequado para a situação.



O Rio Grande do Sul sempre teve uma idéia separatista em relação ao resto do país. Ouve-se regularmente nas ruas as idéias ainda vivas da época da Revolução Farroupilha. O "resto" do país é desprezível. O RS pode manter-se por si mesmo. Tanto orgulho de ser gaúcho. Me espanto ao ver os números de pessoas que foram presenciar o treino da Seleção.
Sim! Cômico, conveniente. Voltamos a ser BRASILEIROS! Voltamos a ter orgulho, a amar e idolatrar da bandeira verde-amarela. Agora somos todos "farinha do mesmo saco". Cadê o "Orgulho de ser GAÚCHO" agora? Grande orda de interesseiros. Os mesmos que evitam sentar ao lado de um negro no onibus, depois de ter saído de um show de Miltom Nascimento. O mesmo tipo de gente que prega contra o racismo e evita colocar fotos de negros em panfletos de lojas. Onde estão as apresentadoras negras? Orgulho de ser brasileiro quando interessa. Orgulho de ser brasileiro quando a verdadeira essência mestiça está oculta. Orgulho de ser brasileiro durante uma Copa, uma Olimpíada. Desprezo em ser brasileiro no dia-a-dia.
Mania de comparar nossa realidade com a de países "desenvolvidos", de acreditar em paraísos de algodão doce. Sonhar com Europa e Estados Unidos como se estes fossem os melhores lugares para viver, onde não há violência, roubos, ilegalidades. Como se isso fosse característica própria do Brasil.
Exatamente da mesma forma que os gaúchos separatistas fazem.
Só espero que esse povo perdido e indeciso chegue à um consenso, pois quero definir minha "nacionalidade".

às 07:21 , 2 Comments