Correndo sem parar

Correr. Acelerar. Seguir em frente. Parar para ajudar alguém. Qual foi a última pessoa que você ajudou? Tanto conhecidos quanto desconhecidos. Você fez a diferença para alguém hoje? Ajudou com uma sacola, segurou uma porta, cedeu o lugar, ajudou um cego a atravessar a rua? Qual a sua utilidade para a sociedade. Se morresse hoje, algum desconhecido pensaria em mim? Comentaria em casa: hoje, uma moça estava sentada no ônibus e ofereceu seu lugar quando eu entrei.? Segurou minha sacola, me ajudou com a porta que estava fechando e eu não tinha mão livre para segurá-la.

Correndo sem parar. Você observa o que ocorre ao seu redor? Correndo sem parar, você lembra do que comeu ontem de almoço? Correndo sem parar, você enxerga a pessoa passando mal na rua? Correndo sem parar, você chama a ambulância? Correndo sem parar, você enxerga a criança carente, o desempregado, a mãe solteira com filho doente, você lembra que é humano?

Qual a razão da correria? Do que você tem medo? Lembre-se: vivemos em sociedade, por isso sobrevivemos mesmo sem garras afiadas, dentes aguçados, força bruta. Lembre-se: a natureza não tem compaixão dos fracos. Isso é característica humana. Exclusiva. E nós somos fracos. Tenha compaixão. Observe o que ocorre ao seu redor. Ajude com o que puder as pessoas ao seu redor. Ou corra. Nunca sabemos que predador pode estar atrás da gente.






Correndo sem parar, do Camisa de Vênus, é a pedida musical desse texto.

ValKeyria's World – cuidado com as propagandas de si mesma.
Breve, postando atualizações nas fics!

quinta-feira, 23 de julho de 2009 às 13:16 , 2 Comments

E se...

Sempre desejando abrir os olhos e conhecer a realidade, por mais doce ou amarga que ela seja. Mas...
E se tudo fosse um sonho? Será que eu ainda iria querer abrir os olhos?

E se minha vida, meu estágio, meu namorado, minha família, meus amigos...
Se eles não existissem? E se eu for como o Sábio Chinês, que não sabe se é um sábio chinês sonhando ser uma borboleta ou uma borbuleta sonhando ser um sábio chinês?

E se eu tivesse feito tudo de outra forma?
E se eu tivesse feito ouras escolhas?

E se? E se? E se?

E se eu fizer daquela forma?
E se eu fizer essa proposta?

E se existir algo tão ou mais enlouquecedor que o "e se"?







Ps: O conto do sábio chinês tem me perseguido e vocês sabem como posso ser supertisciosa quando quero. Primeiro apareceu com o Raul, depois em um livro que li recentemente (Firmin, boa pedida) e por último, um locutor de rádio. Estava na hora de encaixá-lo em algum lugar.

sexta-feira, 10 de julho de 2009 às 10:52 , 3 Comments

Blasé

Como prometido, segue abaixo! Demorou menos do que esperava.

A luz não ilumina a minha inspiração. Só a encontro com a lua, durante a noite, minha companheira. A luz não permite a imaginação. Ela nos mostra tudo e não deixa duplos sentidos. Não há surpresas. Mas o que me surpreende agora?
Um copo me acompanha, um maço de cigarros de certa marca está ao meu lado. Devo buscar minha inspiração na escuridão, entre pessoas desmaiadas e caídas, de bebida, cigarro, de qualquer coisa, como já vi milhares de vezes. A dor, o enjôo da vida ingrata, injusta, poderia nos motivar.
Descer uma escadaria. Chegar no lugar com música alta. Sempre a mesma batida, sempre o mesmo estilo, sempre as mesmas pessoas. Chegar no exibicionismo das pessoas. Vê-las tirar fotos da festa para colocá-las em um site qualquer. Vivem de fotos. E eu? Eu escrevo. Falo mal deles, ao mesmo tempo em que sou um deles. Deprimente. Mas o que mais posso fazer? Seguir uma vida na luz, na decepção? Acho uma válvula de escape.
Não há vontade de viver uma vida vazia, sem riso. Mas há motivo para riso? Não há vontade de viver uma vida cheia de risadas falsas, que terminarão junto com o efeito do álcool ou de outros narcóticos. Estamos em uma encruzilhada.
Na busca do destaque do destaque, apenas aqueles com beleza ou com dom esportivo. Um dom extremo para escrever (nem sempre, já li cada porcaria sendo editada e, pior, re-editada), para a música (já ouvi cada merda). Na busca da inspiração.
Vou à luz, vou aos lugares mais negros. Quanta necessidade de auto-afirmação. Quanta necessidade de aceitação dos outros. Dependo de um grupo, de uma sociedade falha. Me estrago, me esgoto, me veneram, me destroem.
Não há caminho, nem de ida, nem de volta. Me buscam, me exigem, me ignoram.
Vou descer as escadas. Vou descer à representação do tédio. Vou descer ao meu mundo. Vou descer á falta de mudanças, de surpresas. Vou descer ao Inferno, à falta de esperança. Vou ao desespero, ao encontro dele. É a única forma de chegar à imortalidade. À veneração externa. É uma das formas de chegar à luz da Glória, apenas para, logo depois, descer as escadas novamente, em busca de mais uma massagem no ego.



Bom, acho que consegui pensar como uma blasée. Foi difícil. Amo viver e me surpreendo com tudo. Não sigo modinhas e fico na minha, mas isso não é SER blasé. Atualmente essa é uma modinha. Para ser blasé não se pode ser blasé. Irônico. Paradoxo interessante.

Bom, esse texto é dedicado ao pessoal da faculdade, que fica se embebedando com vinho barato, fumando, sei lá mais o que (nada de acusações sem certeza), se dizendo de esquerda enquanto fumam maconha por ser uma “atitude contra o sistema”. Depois, pagam a conta com o dinheiro recebido de mesada do papai e da mamãe, vão até o carro zero “conquistado” da mesma forma e vão pra casa dormir na cama arrumada pela empregada da família. Parabéns a todos vocês!

E que se foda a briga federal que pode se armar. É o que eu mais gosto.



Ps.: Para este texto, ouvi muito “Dejá Vú”, do Poesie Noire, “Flerte Fatal”, do IRA e “Canto para minha morte”, do Raul (vocês sabem qual e, se não souberem, sumam do meu blog. Hausahsuahsuhuhs)

Beijos, amados.
Até a próxima!

quinta-feira, 9 de julho de 2009 às 11:56 , 3 Comments

Meu sonho é conseguir escrever sobre a Miséria humana. Aos que estranham a palavra ).iniciada em maiúscula, aviso que para mim ela é quase uma entidade. Aos que estranham o assunto, explico.
Todas as grandes obras, todos os clássicos, tratam sobre ela, sobre o desespero, o fim. Temos Lolita, que conta a história de um pedófilo (algo nem um pouco miserável, imagina). Temos Édipo, um caso em que o destino nos controla e não conseguimos fugir dele. Romeu e Julieta, com seu amor (amor? Atração física entre adolescentes, na minha opinião. Sei que serei linchada na rua depois dessa, mas ao menos viraria mártir e aumentaria a chance desse blog se expandir em número de leitores!), flerte fatal (trocadilho infame). Hamlet, com suas dúvidas e ruínas (dois do mesmo autor. Isso é apelação, não vale. Esses são apenas alguns exemplos que me passam na cabeça, mas existem milhares (leiam os russos e todos aqueles da região e cortem seus pulsos). Kafka sempre ganhou de mim. Nunca terminei “A Metamorfose” nem “O Processo”.
A tristeza alheia, sua dor, sofrimento, nos acalenta. Existe algo pior que minha vida. Não nos interessa se é ficção ou realidade. Somos abutres. A felicidade nos enoja. Apenas a aceitamos quando é uma comédia, como as comédias românticas Holliwoodianas ou, voltando a Shakespeare, “Sonhos de uma noite de Verão”. Mas desses dois exemplos, só um é clássico.
Começam a concordar comigo?
Aos autores sem sensibilidade à dor, sobram os blockbusters e a auto-ajuda. Deus, me proteja de tão baixo nível! Modinhas passageiras. A dor é universal, existe até em universos paralelos, como os de Tolkien. A solidão também. Sofrer por amor, a angústia, indecisão, carência. Todos estão em todas as culturas. Quem não quer ser imortalizado pela arte, sua arte? Kafka, não o queria, mas não o respeitaram, ainda bem! É o único que me venceu três vezes! Me deu um Perfect! Lolita quase conseguiu também, mas quase não é o mesmo que conseguir. Quando eu digo “me vencer”, sempre me refiro à livros que eu peguei por livre e espontânea vontade, mas não o terminei. Não me venham com aquelas leituras obrigatórias de colégio e vestibular. Raríssimas pessoas tem paciência com eles. Talvez, se não fossem obrigatórias...
Estou me escapando do assunto de novo ou será que é ele que escapa de mim? Minha megalomania aceita apenas a primeira opção. Como um assunto teria tamanho poder sobre mim, seria tão mais inteligente que eu?
Solidão. Me lembrou “Firmin” de Sam Savage, ótima recomendação do meu amigo livreiro de Nova Petrópolis (também de propaganda se vive, mesmo essa sendo gratuita). A solidão derivada do conhecimento e cultura em demasia. Já escrevi sobre isso, lembram? Não sou a única que pensa assim. Cultura demais, muitas leituras = vácuo. Ninguém te entende. E o autor retratou exatamente isso! O prazer e a solidão derivados da leitura.
Viram? SOLIDÃO! O gancho que eu precisava para retomar o curso desse texto. Hahaha! Sou mais poderosa que ele (pequeno acesso de megalomania. Espero não ter assustado ninguém e que o mesmo já tenha passado).
A Miséria humana é o segredo. Próximo texto, será sobre um artista com atitude blasé! Um texto se forma na minha cabeça, mas aqueles que acompanham minhas fics sabem que o parto sempre é difícil e doloroso. Até conseguir escrever ele, esqueçam atualizações, leitores de meus textos.
Qual a razão de um Artista blasé, vocês se perguntam. Bom, é alguem que se decepcionou com a vida, alguem beirando a letargia. Alguém morto, da mesma forma que eu não quero ser, como foi dito no meu último texto. Um “alternativo”, com todo o peso que esse grupo carrega, mas sem seu lado positivo. Beirando a miséria.

Beijos, até lá!
(Meu Deus, com esse texto, cheguei ao fundo do poço! Propagandas e Ganchos!)

Valkeyria's World! Cuidado com vender suas idéias!

domingo, 5 de julho de 2009 às 11:34 , 11 Comments